quarta-feira, 20 de abril de 2011

RIP: A REMIX MANIFESTO

RIP: a remix manifesto é um documentário canadense lançado em 2008 que discute os direitos autorais, a propriedade intelectual e a utilização indevida da obra de terceiros. O ciberativista e diretor do filme, Brett Gaylor, diz ter sido impulsionado a filmar “RIP” pelo trabalho do seu artista preferido, Gregg Willis, mais conhecido como Girl Talk, que faz do computador seu instrumento na criação de remixes ilegais compostos de vários clássicos do pop.
         A utilização ilegal de trechos de músicas não é uma prática isolada, a Internet facilita o acesso e a manipulação de milhares de obras, que são facilmente disponibilizadas na rede. Segundo informações divulgadas no documentário, as violações de “copyright” já tornaram criminosas cerca de 52 milhões de pessoas. Simples downloads passaram a gerar processos rentáveis para as gravadoras e altamente prejudiciais a sociedade. O advogado Lawrence Lessing iniciou um movimento para libertar esses “criminosos” e criou o manifesto que deu embasamento ao filme:
“A cultura sempre se baseia no passado”
Um dos exemplos citados em “RIP” foi o império criado por Walt Disney, que utilizou diversas obras de domínio público para construir suas mais famosas histórias.
“O passado sempre tenta controlar o futuro”
Walt Disney fazia remixes, mas seu trabalho não pode ser reproduzido ou utilizado por terceiros em novos arranjos, pois os direitos autorais garantem a exclusividade da criação.
“Nosso futuro está perdendo a liberdade”
O’ Neil, apresentado no documentário, costuma desenhar o Mickey Mouse em diferentes situações e chegou a publicar histórias onde o rato era um traficante revolucionário. Sua criatividade o levou a Suprema Corte, acusado por violação dos direitos autorais.
“Para construir sociedades livres, precisamos limitar o controle do passado”
O Brasil é apresentado como criador do ponto de partida para a democratização cultural. O país utiliza o projeto Creative Commons, que disponibiliza licenças flexíveis para obras intelectuais, estimulando a liberdade da criatividade.
Como um bom exemplo de democratização no acesso e produção de arte, o filme foi disponibilizado na Internet antes de seu lançamento oficial. Pessoas em todo o mundo puderam colaborar e interferir no processo criativo, estimulando o exercício de novas possibilidades para a obra.   
RIP: a remix manifesto busca conscientizar a sociedade acerca da necessidade de um movimento para mudar o mundo e as limitações impostas pelas leis que marginalizam a liberdade de expressão na criação de obras artísticas e culturais.

Vale a pena dedicar 86 minutos do seu tempo ao filme!



                           Maiores informações no site oficial

2 comentários:

  1. Ok, eu dedicarei 86 minutos do meu tempo pra conferir o documentário, parece bem interessante! \o/ Depois volto a comentar por aqui ;)

    ResponderExcluir
  2. É um dos melhores documentários que eu já vi. Garanto que você não vai se arrepender!

    ResponderExcluir